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abril 14, 2025A tendinopatia é uma condição complexa que afeta os tendões, muitas vezes resultando em dor e limitação dos movimentos. Um equívoco comum é acreditar que o descanso é a solução para essa condição. Embora o repouso possa temporariamente aliviar a dor, ele não aumenta a tolerância do tendão à carga. Assim que a atividade física é retomada, a dor geralmente retorna, pois o tendão não foi devidamente fortalecido durante o repouso.
A Importância do Exercício Progressivo
O exercício é o tratamento mais eficaz e com mais evidências para a tendinopatia. O tendão precisa ser exposto gradualmente a cargas para aumentar sua tolerância e melhorar a função. Sem essa progressão, a maioria dos casos de tendinopatia não apresenta melhorias. Um aspecto fundamental desse tratamento é a modificação da carga, especialmente nas fases iniciais. Reduzir atividades que sobrecarregam ou comprimem o tendão é essencial para controlar a dor.
Exercícios Recomendados
- Contrações Isométricas: Realizar contrações musculares sem movimento articular pode ajudar a reduzir a dor imediatamente. Este tipo de exercício, como empurrar contra uma parede, também fortalece o controle neuromuscular do tendão.
- Treinamento de Resistência Lenta e Pesada: Os exercícios que envolvem tanto a fase concêntrica quanto excêntrica, como agachamentos controlados, são ótimos para reabilitação. Eles ajudam a fortalecer o tendão e a melhorar a capacidade de suportar cargas.
- Treinamento Guiado por Estímulos Externos: O uso de um metrônomo para marcar o ritmo dos exercícios ajuda a melhorar o controle neuromuscular, proporcionando uma reabilitação mais eficiente. Manter um ritmo constante durante cada repetição pode ser altamente benéfico.
Fatores de Risco e Causas da Tendinopatia
A tendinopatia pode ser causada por uma combinação de fatores. Mudanças repentinas em atividades físicas que envolvem o armazenamento de energia no tendão (como correr, saltar) ou cargas que comprimem o tendão são os principais responsáveis. Além disso, fatores biomecânicos, como baixa capacidade muscular, e fatores sistêmicos, como idade, menopausa e níveis elevados de colesterol, podem predispor certas pessoas à condição. Essas pessoas podem desenvolver dor tendínea até mesmo com pequenas mudanças em sua rotina.
Patologia Não É Igual a Dor
É importante entender que a presença de uma patologia no exame de imagem não significa necessariamente que haverá dor. Muitas pessoas apresentam alterações patológicas sem sintomas. Mesmo diagnósticos de lesões graves não significam, necessariamente, um prognóstico negativo. O foco do tratamento fisioterapêutico é melhorar a função e reduzir a dor, em vez de reverter a patologia.
O Papel das Terapias Passivas
Embora tratamentos passivos como massagens, ultrassom terapêutico e injeções possam fornecer alívio temporário, eles raramente resultam em melhorias a longo prazo. O exercício é o elemento vital na reabilitação da tendinopatia, enquanto as terapias passivas devem ser usadas apenas como complementos.
Exercício Individualizado e Progressivo
O exercício deve ser sempre personalizado com base no nível de dor e função de cada indivíduo. A carga deve ser progressivamente aumentada para restaurar a função, sempre respeitando os limites de dor. No entanto, é crucial lembrar que a recuperação da tendinopatia é lenta. É necessário paciência, aderência ao programa de exercícios e evitar “atalhos”, como injeções e cirurgias, que muitas vezes não oferecem a solução a longo prazo.
Considerações Finais
A tendinopatia é uma condição que exige uma abordagem multifacetada, envolvendo controle neuromuscular, exercícios de fortalecimento progressivo e paciência. Com o tempo e a prática de exercícios adequados, a maioria das pessoas pode recuperar a função e controlar a dor, mesmo que as mudanças estruturais no tendão permaneçam. O mais importante é garantir que o tendão esteja devidamente preparado para as demandas diárias.